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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
A catástrofe das Caldas do Moledo
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
CALDAS DO MOLEDO - O nosso único parque
O vício de ler também obriga a sofrer. Quem lê jornais e revistas fica apavorado com a perspectiva de morrermos todos se continuarmos a poluir o ar, a água e a terra. Automóveis, fogões de gás, fumos de fábrica, poluem o ar. Insecticidas e outros venenos poluem a terra e, por sua vez, todas as águas. Não haverá, dentro de poucos anos, se continuarmos a envenenar o mundo, lugar em que se viva. A Terra, como a Lua, girará pasmada, na sua órbita, como cão morto que quisesse morder o rabo. Imagine-se a tristeza dos anjos e dos bem-aventurados quando a virem passar tão morta como louca. À poluição do ar poderíamos opor, como contra-veneno, o oxigénio proveniente da vegetação. Mas, em vez de semelhante medida, recorremos a outra, que é uma rica vasilha com o fundo virado para cima. Com herbicidas, machado e serrote, destruímos a vegetação. Destruímos as fontes de oxigénio. Não nos passa pela cabeça oca a impossibilidade de vivermos sem ele. Pensamos até que não existe, porque ninguém o palpa. É, porventura, uma quimera de sábios.
In “Pátria Pequena”, editado pela Imprensa do Douro (1977)
- Alguns link's neste blogue sobre o tema "Caldas do Moledo"
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
As Caldas do Moledo da nossa nostalgia...
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Verdades Absolutas
- *José Alfredo Almeida é advogado, ex-vereador (1998-2005), dirigente dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua entre outras atividades, escrevendo também crónicas que registram neste blogue e na imprensa regional duriense a história da atrás citada corporação humanitária, fatos do passado da bela cidade de Peso da Régua de onde é natural e de figuras marcantes do Douro.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Um incêndio nas Caldas do Moledo
Era uma série de casas “gémeas” que ali havia, construídas até à altura da padieira com pedra miúda e barro e as paredes do primeiro andar constituídas por taipas, com as madeiras muito ressequidas pelas intempéries e pelo correr dos anos e que eram verdadeiros ramos de carqueja que o incêndio “lamberia” num momento, se não tivéssemos travado a tempo a vertiginosa e assustadora corrida.
Sob as ordens do 1º Comandante Camilo Guedes montou-se o serviço num prazo de tempo record, ficando nós com a certeza absoluta – adquirida logo após os primeiros jactos de três agulhetas – de que liquidaríamos rapidamente esse pequeno “biscate”.
Mas enganámo-nos redondamente.
Tendo-se esgotado a água que abastecia as bombas, proveniente de uma taça que existia – e creio que ainda existe – no jardinzinho situado em frente do edifício do Casino, tivemos de ir buscá-la para lá dos Quartéis Amarelos, a uma propriedade pertencente à Casa Ferreirinha.
Perdeu-se assim algum tempo, mas valeu a pena, pois daí em diante tivemos água em abundância, com a qual dominámos o incêndio que, devido a este contratempo, chegou a atingir proporções espectaculares e preocupantes.
Ora, quando chegamos ao Moledo já o incêndio se havia propagado à casa do tenente Francisco Nogueira, na qual funcionava uma pequena fábrica de doce, principalmente de pão- de-ló, que tinha uma vasta clientela e rendia largos lucros.
A certa altura, o nosso Comandante, sempre velando pela segurança dos seus homens, verificou que o taipal da frente se encontrava perigosamente desaprumado, dando inequívocos sinais de uma próxima derrocada e, por toques de apito - como se usava então -, deu ordem para se abandonar imediatamente o serviço. Todos nós o fizemos com ordem, com disciplina, sem atrapalhações, e procurámos lugares abrigados ou afastados.
Todos nós o fizemos. Mas houve um bombeiro, o corneteiro Agostinho “Rouxinol”, que, parado no meio da estrada, voltado de costas para o Comandante e com a corneta debaixo do braço, se moveu, não prestando atenção às ordens transmitidas pelo Comando. Estava completamente abstracto, absolutamente alheio.
Então Camilo Guedes enerva-se, dá uma breve corrida e prega um violento empurrão ao “Rouxinol”, obrigando-o a mudar de poleiro.
E dá-se a derrocada neste momento, indo o taipal, com as suas duas janelas, cair a prumo, e de cutelo, precisamente no lugar em que o “Rouxinol” tinha permanecido, tendo, ao tombar sobre o lado direito, sepultado, sob uma montanha de destroços incandescentes, o nosso velho e abnegado Comandante.
Angustiados, todos nós corremos, como loucos, para o local do desastre, tirando o Comandante da crítica situação em que se encontrava e levando-o em braços para a farmácia de Napoleão de Pinho Valente, republicano ferrenho que, por duas vezes, havia sido eleito vereador municipal.
Este tratou o ferido com todo o cuidado e desvelo, principalmente a brecha que apresentava na cabeça.
Sintetizado:
O Comandante salvou a vida ao “Rouxinol”, que não voltaria a dar, nas lindas madrugadas de Abril, os seus alegres e melodiosos trinados e gorjeios, e, por sua vez, o capacete salvou a vida ao Comandante.
E quando, chegados ao quartel, comentávamos o assunto, dizia-nos Camilo Guedes, com a cabeça empanada e a rabeta do charuto ao canto da boca: “Para se salvar uma criatura da morte certa, todos temos a obrigação de sacrificar seja o que for, mesmo que sejamos nós próprios”.
Ora, este critério está absolutamente de acordo com o exposto na poesia “O Bombeiro”, que o Comandante Camilo Guedes escreveu, há muitos anos, e que foi declamado por Gabriel Gouveia numa récita de gala em benefício da Corporação e que o Arrais publicará oportunamente.
Nessa récita, como não podia deixar de ser, também tomou parte o autor destas linhas.
Sou o remanescente desse denodado grupo de bairristas.
Belos tempos!
- - Este artigo encontra-se publicado no Jornal “ O Arrais”, na sua edição de 5 de Setembro de 1980.
- - Na fotografia cedida por uma sua neta, o seu autor aparece fardado de 2º Comandante dos Bombeiros da Régua, ao lado do 1º Comandante Lourenço de Almeida Medeiros, que cessou essas suas funções em 1959.
- - O Chefe António Guedes Castelo Branco, como gostava de ser conhecido, era filho de um bombeiro, o Comandante Camilo Guedes Castelo Branco e faleceu na Régua nos finais da década de 80, estando o seu corpo sepultado no cemitério municipal.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
As Caldas do Moledo: Um lugar cheio de sentimentos
terça-feira, 1 de julho de 2008
Antão de Moraes Gomes - O poeta nas mãos de Deus.
Como ali tinha ido parar, ou porquê, não se sabe muito bem, mas isso era algo que o não importava... pensou, imediatamente antes de ouvir o sussurro das águas apressadas que o transportavam ao barulhento e majestoso Salão de Festas do Hotel Gomes.
Entre o Grande Hotel das Termas, a Estalagem do Almeida, o Petit-Hotel e o famoso Vilhena, passeavam os sapatinhos balneares das senhoras aquistas, protegidas pelas sombrinhas à brasileira, ora pela manhã, ora ao fim da tarde de regresso dos sulfurosos banhos. Ansiosas pela reconfortante refeição, com serviço de mesa recomendado com credenciais da monarquia, e à espera do “corte-e-costura” de língua que lhes animavam as noites de rescaldo duriense, enquanto os seus extremosos maridos se deleitavam nos prazeres de jogos, proibidos ou não, entre fumaças de charuto que condimentavam cálices de vinho fino.
E eis que outra vez a fachada do Hotel Gomes regressa ao espelho subconsciente do misterioso viajante para lhe trazer um sorriso balzaquiano capaz de atazanar as mais sossegadas almas.
Enigmaticamente por entre eminentes juristas em fim de carreira e bonacheirões comerciantes, deambulava o nosso viajante em busca de um lugar onde pudesse escrever um tranquilo postal. E, descobriu bem perto um harmonioso jardim de hortênsias floridas e esplendorosa begónias, sobranceiro ao rio. Faltava um tinteiro que um criado de invejável delicadeza rapidamente pousou a seu lado.
Finalmente escreveu: “Caldas do Moledo, 28 de Julho de 1925- Minha muito querida. Cheguei ontem à noite e apesar do isolamento e da falta do bulício é um encanto onde se passa dias admiráveis. O vale enorme que tem por sopé o Rio Douro, constituído por uma escadaria de parreiras e enorme vegetação. Não calculas querida amiga que ao admirar estas belezas só tenho em pensamento o não poder transformar em realidade o sonho que há tantos anos me traz absorvido”.
Era aqui a pouco menos de uma légua da então importante vila da Régua, viviam-se contrastes que oscilavam entre o borbulhar da natureza e os trompetes da noite e que tudo transformava em poesia.
É neste ambiente, encaixilhado num recanto do Douro – as Caldas do Moledo – que às oito horas da tarde do dia 15 do mês de Março do ano de 1902 nasce o filho dos donos do célebre Hotel Gomes, Antão de Moraes Gomes, filho legítimo de António Augusto Gomes e de Dona Sara de Moraes Gomes.
Assim reza o seu verdadeiro assento de nascimento, com o n.º 20 desse ano emitido pela Conservatória do Registo Civil de Peso da Régua. (Quatro dias antes daquele que muitos dos seus admiradores afirmaram e até escreveram).
Ninguém diria que aquela criança, que como todas se pressupõe bonita e rechonchuda, viria a deixar este mundo tão brevemente, com apenas vinte e quatro anos, vítima de meningite tuberculosa que o transportou até às trevas do Granjal, em Sernancelhe, a aldeia natal de seu pai. Todavia, foi enorme o seu curto percurso pela efémera vida terrena: «Devido ao seu temperamento irrequieto e anseios de independência absoluta, chegou por vezes a lutar com a miséria, que procurava ocultar estoicamente, até aos seus mais íntimos, que teriam um prazer imenso em afastar-lhe da vista esse negro espectro..» - afirma com propriedade e conhecimento o abade José Castro.
Voltei de novo, ao mando do senhor,
Tanger as vossas almas para o Céu
Assim se definiu o poeta, e bem, dirá a nossa assumida humildade, sem contudo deixar de concordar com João de Araújo Correia que na sua voz autorizada afirma: «Santo e Pastor? Poeta é o que fio o Antão de Moraes Gomes. E mereceu o título...». Esta sábia observação é tanto mais lapidar quanto se observa o facto de o poeta o ter conseguido ser com apenas uma obra publicada em vida - «Antão era Pastor», que a Companhia Portuguesa Editora Lda, do Porto, arriscou publicar, em data incerta, apenas se sabendo desta aventura três pormenores de vulto.
Não confiando no tipógrafo, Antão decidiu ditar ele próprio o livro, soneto a soneto. De todos os originais conhecidos, todos se encontravam escritos asa lápis. O seu conteúdo foi gerado entre 1920 e 1923.
Depois de ler «Antão era Pastor» ficam os traços bem definidos da poesia, do poeta e do seu estilo, da sua musicalidade e do seu conteúdo metafísico e espiritual? Pergunta-se. Chegará este livro para definir a alma do poeta?
Independentemente da natural ingenuidade que o leva a escrever aos catorze anos a célebre lírica de inocentes sextilhas « A Mariquinhas», não é possível analisar o peso do conteúdo de Antão de Moraes Gomes sem digerir os cerca de trinta sonetos inéditos que após a sua morte deram à página pela mão de um Abade de Tarouca – José Castro – que os fez publicar no semanário “Bandarra” de Lisboa.
Contudo, já antes o tinha descoberto o então célebre poeta da capital Afonso Duarte, numa sua visita às termas, fazendo disso referência em carta dirigida ao mestre Osório de Oliveira, de Coimbra, escrevendo a dado passo: « ... e os que morreram os vinte anos, como esse extraordinário moço que eu conheci numas termas do Norte, no Moledo, quasi desprezado de todo o convívio, o meu querido Antão de Moraes Gomes. Que galeria de mortos, amigo e de um real valor eu tenho aqui na minha estante- os meus mortos sem que eu saiba ou possa falar deles!».
Ao encontro deste lamento compreendido vem João Araújo Correia, ao referir-se ao poeta na relação com o seu tempo e lugar: « ... passou despercebido no seu berço... a Régua se reparou em Moraes Gomes, foi devido a umas gravatas berrantes ou coletes de alta fantasia que levava ao cinema...» para mais adiante salientar: «... Antão de Moraes Gomes, com gravatas e coletes, cometeu o pecado de Balzac em ponto pequenino».
Assim enquanto no seu livro único, e por detrás de uma descrição eivada de algum bucolismo, o poeta retrata as suas preocupações quotidianas, ambiências terrenas e as liga sempre ao fenómeno sagrado, chegando a dialogar de perto com a morte, nos seus poemas soltos e inéditos do Bandarra, o nosso esquecido Antão despe-se completamente, e deixa transparecer paixões enigmáticas e valores, resumos de vida e certezas de morte, que a cada passo se encontram em versos e estrofes:
Quando vem Maio, com seu ar de festa,
Em ti negra saudade se adivinha:
E a tua sorte bem igual à minha,
Já dos nosso bons tempos nada resta
Ou então, a tal paixão proibida, ou impossível...
Meu Amor, um perfume como o teu,
Mal posso imaginar donde provem...
Certo, não vem da Terra, é odor do Céu
O perfume, que a tua carne tem
É neste conturbado rio de correntes e redemoinhos que o poeta Antão se encontra com aquilo a que mais tarde Adolfo Casais Monteiro viria a designar por “ libertação da palavra”. Aqui está o que melhor conseguiu o nosso poeta, que como diria o Abade José Castro « ... bem nítida ressaltará sempre a maneira original, inconfundível das suas poesias, todas inspiradas no meio ambiente. Idealiza muito, escrevendo pouco».
Restam contudo algumas questões que por certo valerá a pena deixar ecoar no salão da especulação poética. Qual seria o enigma de Antão de Moraes Gomes? Seria um pacto com Deus, ou simplesmente um olhar de Deus visto em cada uma das suas criações? E sendo assim porque deparamos com os enlevos de paixões tão ardentes como desconhecidas?
Para este poeta, para este homem de poucos rastos, volto aos pensamentos do Abade: «Deus o tenha agora à sua mão direita ... Do Céu nos fale o ilustre morto!...».
É aqui que o súbito toque de um sino distante que ecoava por todo o vale nos faz regressar ao misterioso viajante, perdido na famosa avenida dos fabulosos plátanos, entre os grandes edifícios das termas e as calmas águas do rio.
Nas suas mãos, podia ver-se ainda um postal ilustrado, meio por escrever, mas que agora seria bastante pequeno para este enorme infinito duriense de memórias, de intensos aromas e de poesia.
A esta hora, já o rio respirava a bom dormir e a cálida noite esfriara. Havia uma penumbra envolta nas coisas, enquanto alguém passeava, devagarinho por entre as sombras dos enormes plátanos, olhando para a outra margem, com um livrinho de poemas para ler.
Acreditem ou não, ainda hoje não tenho a certeza, de quem ali teria estado, sem pressa de chegar à eternidade.
Se fui eu num regresso feliz aos lugares da minha infância, ou se o próprio poeta, que ali continuava, à procura de todos nós.
28 de Julho de 2000.
José Alfredo Almeida
Peso da Régua
quinta-feira, 30 de abril de 2009
CONFISSÃO por António Reis Baia
- Autor: António Reis Baía - texto inédito escrito pelo fotógrafo para o catálogo de uma exposição de seus trabalhos - "30 anos de revelação" que decorreu no Salão Nobre da Casa do Douro entre 11 e 17 de Agosto de 1986. Infelizmente, foi a última.
- António Reis Baía nasceu no belo lugar de Caldas do Moledo, freguesia de Fontelas, a 28 de Março de 1921 e faleceu em 7 de Março de 2004 em Peso da Régua onde sempre trabalhou e onde retratava com esmero figuras locais, instituições, sua natureza e povo. È pena que o seu espólio fotografico particular não tenha ficado á guarda de uma instituição pública local para que as novas gerações pudessem aprender cultuando sua arte e pessoa de artista do Douro. Grande parte das fotos publicadas neste blogue sobre a História dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua são de autoria de António Reis Baía.(Dados e imagem gentilmente cedidos por J. A. Almeida)
Uma nota - Por volta de 1957 meu saudoso Pai, Jaime Ferraz Rodrigues Gabão partiu para Moçambique (Porto Amélia) em busca de um futuro melhor, mais digno, para seus Filhos e Esposa. Seis meses de saudade depois, tivemos de nos preparar para partir ao seu encontro. E, nessa época era moda e precaução salutar contra os fortes raios solares dos trópicos usar "capacete" bem ao jeito de "caçador africano"... Pois lá fomos até ao Porto onde, em casa especializada do agitado centro, creio que pela Rua de Santa Catarina se a memória não me engana, encomendamos dois dos tais "capacetes": um para mim e outro para meu Irmão Júlio Gabão... Mas e deixando rodeios desnecessários, é importante frisar que, de posse dos tais "adornos" coloniais, não poderiamos embarcar para a África de nossa adolescência feliz sem umas fotos que "gravassem" ou perpetuassem o quanto eles nos deixavam com ar de aprendizes a "senhores da selva". E, naturalmente só poderiamos recorrer ao "Sr. Baia". Este, acolhedor e habilidoso sem deixar de manter seu ar sério, conseguiu pois retratar-nos admirávelmente entre palavras e recomendações de Amigo, afugentando nossa aprensão de criança com medo do desconhecido do outro lado do mar...
Em 1975 "retornamos" a Portugal e à nossa Régua. E lá encontramos o Sr. Baía, no mesmo local, do mesmo jeito, com alguns cabelos e bigode grisalhos e com o mesmo acolhimento... Trocamos algumas poucas vezes, idéias simples sobre as "fotos do capacete" que ainda guardo, sobre a África que ficara para trás e na memória, sobre o novo Portugal repleto de encantos e desencantos político-sociais e sobre a então nova preocupação quanto ao horizonte futuro de filhos e netos... Depois, o destino trouxe-me para longe da Régua do Sr, Baía, da Régua de minha Família e da Régua de minhas raízes... mas nunca para longe da Régua das lembranças eternas de criança e da Régua da nostalgia de momentos e Amigos como o Sr. Baia. - Jaime Luis Gabão, 30 de Abril de 2009.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Uma imagem ao acaso - Estação das Caldas do Moledo
Nasci neste lugar com um parque de grandes e velhos plátanos onde aconteceu a minha infância mágica e onde aprendi a olhar a beleza da natureza que me trazia sombra nas tardes quentes de verão... Do lado do rio fascinava-me ver as primeiras cerejeiras em flor e deliciava-me com as primeiras uvas maduras que meu avô Saraiva colhia da sua vinha...
Que tempos ...! Mais tarde descobri que este espaço de encanto tinha acolhido também em meus folguedos de criança, a convivência com um poeta autor de pequeno livro de poesias, o "Antão era Pastor", achado em prateleira empoeirada de velha livraria do Porto.
Mais vezes tenho voltado ao meu Moledo pelo comboio da imaginação, graças a esse pequeno livro.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Para sempre... nas Caldas do Moledo
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Uma carta do além… *
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O nosso ninho
Habitaremos sós, até que um dia,
quinta-feira, 14 de abril de 2011
A Visita de Sua Majestade El-Rei D. Carlos
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Ecos do 41.º Congresso Nacional dos Bombeiros em Peso da Régua
- Na mesa de Honra ou da Presidência, estavam presentes: o autor do referido livro Sr. Dr. José Alfredo Almeida, o Rev. Sr. Padre Vitor Melícias – digamos bem conhecido e apreciado por todo o País, pelas suas constantes e oportunas intervenções, à vontade, sem fronteiras, em questões de solidariedade, humanitárias e humanistas, sobretudo a favor de “grupos heterogéneos”, onde se apalpam carências de toda a ordem: material, moral e social – como “Apresentador” do livro em causa. Fê-lo com um à-vontade como se a obra fosse escrita por ele próprio e na qual tivesse posto uma boa parte da sua eloquente sabedoria, quase enciclopédica, e do seu grande amor, próprio da alma de um “Franciscano” (à maneira do seu Patrono e Doutrinador, São Francisco de Assis – o santo a quem muito incomoda a falta de paz, alimentação, saúde e mortes prematuras de todo o gênero). Disse ele:... Isto é o que se me oferece dizer (foram 25 minutos, que pareceram apenas 5...) que o leu depressa, de noite e de dia mas, acrescentou: “Hei-de voltar a lê-lo com vagar para cultivar o meu espírito e o meu coração”. Muito mais disse...para o que não tenho espaço!...
- Estiveram, ainda na Mesa: um simpático representante da Casa do Douro, o Sr. João Leonardo, que agradeceu a preferência do pedido daquele Salão Nobre, e, ainda o Sr. Vítor da Rocha que, suponho eu o Editor de “A Mosaico de Palavras Editora”, de Rio Tinto, que foi o 1.º apresentador do livro magistralmente desenvolvido, com uma forma inovadora, para mim. Agradou-me imenso e, sem o ter lido, dei conta que já os meus lábios estavam a tocar e a saborear algo meloso! Muitíssimo bem dividido em sub-títulos e explicado quanto bastou, para se ter conhecimento da riqueza histórica e literária que nos deliciou! Estavam, ainda, na Mesa de Honra: o Sr. Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Dr. Duarte Caldeira, que conheço muito bem a individualidade da pessoa, pois aparece, muitas vezes, nas Tvs. A Mesa de Honra estava muito bem engalanada com um honroso grupo de 5 bombeiros, bem perfilados, e com a Bandeira ao centro, transportada pelo Chefe José Oliveira, bem conhecido e estimado por todos os reguenses – tal como o saudoso e amigo Sr. João (dos óculos)! Eventos como este, ou semelhante, devem repetir-se, pois são muito culturais, pedagógicos e educativos, principalmente para a nossa juventude e também para os adultos, pois, infelizmente, na Régua, há e tem havido muita falta de manifestações como esta e/ou semelhantes. Além disto, dão alegria, movimento e um tom festivo – no meio de outras situações menos alegres ou mesmo tristes, stressadas, pesadas demais...
- Reportando-me ao “fantástico”, mas realista e primoroso autor do livro, recordo que nasceu perto de nós. O seu berço está nas famosas e saudosas Caldas do Moledo; o meu está nas margens do rio Douro, no antigo “Cais-de_baixo” - a 2 ou 3 Kilms. de diferença. Foi Vereador da Câmara anterior, passando por diversos Pelouros, segundo as suas qualidades se iam evidenciando. Sobretudo, ama e dá a sua vida pela Régua, como sendo a sua Pátria! Parafraseio Camões: “Ditosa Pátria que tais filhos teve”! Tem sido um Presidente da Associação, a sobressair, pois construiu novas e grandiosas instalações nas traseiras, na rua Dr. José de Sousa, com perspectivas de futuro de mais de um século, e acaba de restaurar o Quartel Principal, exterior e interiormente, com uma proficiência invulgar, que o orgulha, orgulha os Bombeiros, a cidade, o concelho, o distrito e o País! Assim, é que nós queremos destes Homens que, citando Camões, uma vez mais, “Vão muito além da Taprobana”! Isto enriquece a Régua e dá jus de louvores a toda a gente que, à sua maneira contribuiu para tal orgulho da nossa Terra! Parabéns! Parabéns!!! Trata-se, ainda, de uma pessoa bemquista e respeitada por toda a Régua e Região, que o conhece melhor que eu, desde há longos anos. Possui, assim, todas as qualidades e dons para continuar a presidir à (nossa) briosa Associação dos Bombeiros Reguenses, e de quem podemos, queremos e temos, ainda muito que esperar. É Presidente da Federação das Associações congeneres do distrito de Vila Real e é elemento directivo a nível nacional, etc.!
- Na ocorrência desta história efeméride, fica bem dizer algo acerca da origem e história dos Bombeiros : - “Os Bombeiros são pessoas que têm por missão: extinguir os incêndios (com a “Bomba “, segundo a raíz do termo) e que, por extensão, acorrem a todos os acidentes que ponham em risco vidas e valores. (...) Foram os Hebreus e os Gregos que criaram os primeiros “vigias noturnos” encarregados de efetuar rondas, dar alarme em caso de fogo e combatê-lo. Na antiga Roma, também este uso foi conservado e desenvolvido, havendo os “Triunviri nocturni”, que asseguravam a polícia, durante a noite, contra os malfeitores e davam o alerta em caso de incêndio. - Em PORTUGAL, a “CARTA RÉGIA” de D. João I, datada de 1395, estabelecia os ”vigias noturnos” e definia, para a extinção de incêndio, as missões de carpinteiros machados. (…) A evolução do serviço conduziu, de acordo com a evolução da técnica, a maior presteza na chegada dos Bombeiros aos locais e a processos mais eficientes de extinção.(...) Existem “Batalhões de Sapadores” em várias cidades do País, e municipais em alguns municípios e em vilas, sendo a restante cobertura feita por “Associação de Bombeiros Voluntários” - que é o caso da Régua e das Associações presentes, de 28 a 30 de Outubro, nesta cidade, beijada pelas margens do seu Rui Douro (ou Dourado) tendo, com sentinela e contraforte a gigantesca Serra do Marão e, como seu Éden, as vinhas verdejantes, cheias de doce néctar!
- “Atualmente, também está cometida aos Bombeiros uma missão de “Prevenção”, traduzida em dois tipos: a) apreciação de projetos de construção e reconstrução de edifícios, e b) vistoria, verificando a correta execução do projeto, aprovado por que de direito, só após o parecer favorável dos serviços de Bombeiros competentes, (Esta função é do conhecimentyo geral, mas nunca é demais recordá-la para bem dos munícipes e bombeiros)!
- Foram figuras dominantes, entre outras, no Historial dos Bombeiros Portuguerses, o inspetor-geral CARLOS JOSÉ BARREIROS, que, nos meados do séc. XX, foi o organizador do serviços de incêndios na capital; GUILHERME GOMES FERNANDES, inspetor-geral de incêndios do Porto, e GUILHERME COSSUL, fundador da Associação dos Bombeiros Voluntários de Lisboa, a primeira criada no País, etc... Nos últimos tempos de D. FERNANDO, se deve a aquisição da primeira escada “Magirus” hipomóvel e do primeiro material automóvel. (Nº. 4, 5 e 6: Enc. Verbo Séc. XXI, pág. 1276-7, vol. 4).
- Para terminar, as sete “virtudes capitais”: 1.ª: “Vida por Vida” é o lema e tema de todas as Associações de Bombeiros, quer de Sapadores, quer Voluntários. Nesta 1.º, é de esperar que todos os “beneficiários desta missão/risco se compenetrassem/interiorizassem do que é “Dar uma Vida”, pelo próprio falecimento ou incapacidade, vitalícia ou temporária, por outra vida, porventura desconhecida, a qual poderá ficar vítima nos mesmos termos. - 2.ª: o (a) bombeiro (a) pode, na sua missão altruísta/humanitária, deixar uma viúva e órfão(s). 3.ª: a sua doação de vida pode correr o risco de não lhe dar o valor que merece... Mas, o SENHOR DA VIDA E DA MORTE DAR-LHE-Á O GALARDÃO DA VIDA ETERNA QUE MERECE. Disto, tenho – TENHAMOS – a certeza como eu escrever e vós lerdes !