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quarta-feira, 3 de junho de 2009

A bênção da bandeira


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Esta imagem de 29 de Novembro de 1959, da autoria do fotógrafo reguense Baía Reis, assinala a cerimónia da bênção de uma nova bandeira da Associação dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua que se realizou na Igreja Matriz com a bênção do distinto pároco Dr. Avelino Branco, acolitado pelo senhor José da Silva Pinto (filho do benemérito que mais tarde abraçou o sacerdócio e foi um dos fundadores da vizinha Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fontes), por ocasião das comemorações do 79º aniversário da instituição.

Esta bela bandeira que, se encontra guardada no Museu da Associação (também visitável em: http://www.museudodouro.pt/exposicao_virtual/BVRegua.html), foi oferecida, com veneração aos bombeiros da Régua, por uma figura muito conhecida e carismática no Peso da Régua, o senhor Manuel Pinto, – temos uma fotografia sua que aqui mostramos em sua homenagem - já falecido, residente na freguesia de Canelas que, segundo sabemos, a essa data, se encontrava emigrado na Venezuela.

Pode ver-se, através desta imagem, que a bandeira é transportada pelas mãos de um grande bombeiro, o Chefe Joaquim Laranja e é agarrada numa das pontas pela madrinha do acto, a bonita menina Maria Celeste da Silva Pinto (actualmente emigrada em Inglaterra), uma filha deste nosso benfeitor. Em sua volta, encontram-se presentes vários cidadãos, ainda nossos conhecidos, que assistiam a esta singela cerimónia.

A bandeira é o símbolo máximo da Associação que a representa em todas as sessões solenes, desfiles de bombeiros, cerimónias oficiais, funerais de todos aqueles que estiveram a serviço desta nobre causa e ainda nas mais importantes festividades religiosas, como é o caso da procissão solene em honra de Nossa Senhora do Socorro, a quem os Bombeiros da Régua prestam homenagem e devoção.

Na bandeira estão todas colocadas as condecorações atribuídas a esta Associação e ao seu Corpo de Bombeiros, das quais destacamos as seguintes:

O grau de Cavaleiro da “Ordem da Benemerência” (1930), o grau de Oficial da “Ordem da Cruz de Cristo” (1931), o título de membro Honorário da “Ordem do Infante D. Henriques” (1984), o Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (1980), a Medalha de Honra da Câmara Municipal de Peso da Régua (1989), a Medalha, de Ouro de 2 estrelas (1977) da LBP, a Medalha de Mérito de Mérito, de grau Ouro da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real (1980) e ainda os Louvores da Câmara Municipal do Peso da Régua, Câmara Municipal de Armamar e do Governo (1904 e 1931).

Para além destas mercês honoríficas, destaca-se ainda o título de “REAL ASSOCIAÇÃO” que foi concedido à Associação pelo Rei D. Luís I, em 1882, - dois anos após a sua fundação -, designação que adoptou ainda durante alguns anos.

Esta importante distinção régia, apenas atribuída a algumas associações no nosso país, testemunha a grande importância que os bombeiros do Peso da Régua sempre tiveram.
Por fim, é de salientar que as associações humanitárias dos bombeiros voluntários de Ermesinde, de Cheires (Alijó) e da Figueira da Foz concederam à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, o honroso título de “SÓCIA HONORÁRIA”.
- Peso da Régua, Junho de 2009, José Alfredo Almeida.


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  • A visita do Presidente da Républica Américo Tomás - Aqui!
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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Memórias do 24.º Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses

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Uma curiosa fotografia de um grande momento na história dos bombeiros da Régua, em que os fotógrafos, ao centro com Noel de Magalhães, a procurarem registar o acontecimento: a apresentação da guarda de honra, pelo Comandante Cardoso, ao Presidente da Republica General, Ramalho Eanes que, no dia 14 de Setembro de 1980, presidiu à cerimónia da sessão solene do 24.º Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses, realizado no Peso da Régua.

A organização deste Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses que, se realiza para discutir os problemas e os anseios no associativismo e no voluntariado e eleger os seus directores para os órgãos, é já uma das páginas mais brilhantes da história da Associação.  

Pela primeira vez, uma a primeira Associação do distrito de Vila Real assumia a responsabilidade de organizar uma reunião magna dos bombeiros portugueses. Era uma decisão acertada da Direcção da AHBV do Peso da Régua, presidida pelo Dr. Aires Querubim – nesse ano nomeado Governador Civil do Distrito de Vila Real -  e do Comandante Cardoso que contou com o apoio inexcedível de Rodrigo Félix, um dirigente que valorizava o passado glorioso dos bombeiros, que se encontrava como presidente da Direcção da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real.

Em 1980, com a realização do Congresso, a Associação e os bombeiros da Régua ganharam notoriedade e reconhecimento no país. Cumprindo e respeitando o espírito dos fundadores, afirmava-se neste momento como pioneira, activa e orgulhosa do seu passado e um futuro cheio de ambição, no ano que comemorava o seu primeiro centenário.

Os bombeiros portugueses fizeram uma festa na cidade da Régua que ganhou colorido, um movimento anormal e mais animação turística, num tempo em que escasseavam os hotéis, os residenciais e até os restaurantes para receber tantas pessoas. Conhecendo bem algumas das dificuldades da logística, o Prof. Renato Aguiar, presidente da câmara, apoiou e acarinhou com todos os meios possíveis a iniciativa para que o maior número de participantes ficasse pela cidade. Na falta de alojamento, o Regimento de Infantaria do Porto emprestou colchões pneumáticos e cobertores para algumas dormidas.

Os trabalhos do Congresso decorreram no Cine -Teatro Avenida, nas imediações do Quartel Delfim Ferreira. As cerimónias religiosas da Missa Solene, celebrada em conjunto pelo Padre Vítor Melícias e pelo pároco da Régua, Luís Marçal, aconteceram no Largo Comendador Delfim Ferreira, em frente do Palácio da Justiça e do Hospital D. Luís. O Coral de Nossa Senhora do Socorro, superiormente dirigido pelo maestro José Armindo, esteve presente para animar com os seus cânticos. Estiveram representados quase todos os corpos de bombeiros nacionais, com os seus homens do comando nas filas da frente, como era o caso do Comandante Armando Cardoso Soares, da AHBV do Dafundo.
A população acompanhou e assistiu com entusiasmo e interesse às manifestações públicas dos bombeiros. As ruas da então vila da Régua encheram-se de pessoas para verem e aplaudirem quer os desfile apeado quer o motorizado.

O Congresso abriu com a presença do Presidente da República, General Ramalho Eanes. Os pormenores mais significativos da visita presidencial foram destacados na revista comemorativa, na crónica “Recordando a visita do Presidente da República General Ramalho Eanes”, assinada pelo saudoso jornalista Jaime Ferraz, director do “Noticias do Douro”, que disse o seguinte:

 “Quando o Congresso dos Bombeiros realizados nesta vila, de 10 a 14 de Setembro, tivemos a honra da presença do Primeiro Magistrado da Nação, General Ramalho Eanes que, além de presidir à sessão solene que todos devem estar recordados se realizou no Cine -Teatro Avenida no dia 14-9-80 bem como as outras solenidades, assistiu ao cortejo das corporações, numa tribuna, para o efeito erigida junto ao edifício da Casa dos Douro.

O Presidente da República, além da respectiva comitiva, fez-se acompanhar da sua esposa e sua presença no referido congresso foi umas das principais notas que se podem recordar e enaltecer.

Os bombeiros voluntários da Régua fizeram a respectiva guarda de honra com todo o seu corpo activo formado junto do Quartel, tendo depois o Presidente da República passado revista à Corporação, e felicitado o respectivo Comandante Carlos Cardoso dos Santos, pela forma como soube apresentar-se e que constituiu um dos pontos fulcrais da visita presidencial”.

Para a história, o acontecimento ficará ainda assinalado pelo aniversário dos 50 anos da Liga dos Bombeiros Portugueses. O Presidente da República, General Ramalho Eanes, compreendendo o significado histórico, reconheceu na Régua os valiosos serviços públicos da Liga, ao condecorar o seu estandarte com o Grau de Membro Honorário da Ordem Militar de Cristo.

No Congresso da Régua que elegeu o Comandante Manuel de Almeida Manta para Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses – as principais conclusões diziam respeito à questão da protecção social dos bombeiros. Este assunto mereceu reflexão e veio a ser aprovada uma deliberação que determinava para “no mais curto espaço de tempo possível, se elabore, discuta e faça aprovar um Estatuto Social do Bombeiro Voluntário como garante dos direitos e deveres de verdadeiros Soldados da Paz”. 

Acontece que esse objectivo só veio a ser alcançado alguns anos mais tarde. Em primeiro lugar, com a criação de um Fundo de Socorro Social destinado ao auxilio imediato dos familiares dos bombeiros acidentados em serviço e à promoção de outras acções sociais, consagrado com a publicação da Portaria nº 237/87, de 28 de Março. E, logo de seguida, foi conseguido o pretendido Estatuto Social do Bombeiro, estatuído pela aprovação da Lei nº 21/87, de 20 de Junho.
Os bombeiros portugueses, na década dos anos 80, conheceram profundas e importantes mudanças na sua organização institucional. Depois do Congresso de Aveiro, começam a reconhecidas várias reivindicações aí exigidas como fundamentais para a melhoria do sector dos s bombeiros. O poder politico dava sinais positivos ao estabelecer as bases administrativas do sector dos bombeiros com a criação do “Serviço Nacional de Bombeiros” (Lei nº10/98, de 10 de Março, o DL nº 212/80, de 9 de Junho e o DL nº418/80, de 29 de Setembro), para a presidência do qual era nomeado, o Padre Vítor Melícias.

Algumas dessas transformações ainda foram discutidas nos debates do Congresso da Régua, que pode dizer-se que fez história ao marcar a viragem de um novo tempo na afirmação dos bombeiros portugueses. Essa circunstância deve ter contribuído para motivar a comparência de uma grande afluência de delegados de todo o país – bombeiros e directores - no Cine -Teatro Avenida, para participarem nos trabalhos e intervirem nos assuntos mais preocupantes.

Não admira que, decorridos 30 anos, este 24.º Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses, realizado pela AHBV do Peso da Régua, que encerrou com a presença do Senhor Ministro da Administração Interna, Dr. Eurico de Melo, esteja vivo na memória de muitos dos seus protagonistas, que acreditavam num futuro melhor para os bombeiros de Portugal.

Mas, esta fotografia tem outro valor histórico para os bombeiros da Régua. Ela capta ainda o Sr. Noel de Magalhães, a fotografar o momento histórico, um distinto director dos bombeiros da Régua, bisneto do 1º Comandante Manuel Maria de Magalhães, nascido em S. João da Pesqueira, em 12 de Outubro de 1921 que, pelo seu trabalho à causa do voluntariado, ao longo de várias décadas, foi reconhecido com o Crachá de Ouro, atribuído pela da Liga dos Bombeiros Portugueses, sob posposta da actual Direcção. Noel de Magalhães deixa o seu nome ligado aos bombeiros da Régua e a mais “obras de bem-fazer” como a Santa Casa da Misericórdia. O seu nome fica ligado à arte. Como fotografo amador de grande qualidade ele lega-nos algumas das melhores imagens do nosso Douro, num estilo cheio de “pureza e beleza da genuidade humana…sobretudo quando acontece o mistério da fé duriense, ou a transformação do suor em vinho, entre sorrisos dos rapazes e das mulheres, colhendo a novidade, que misturada com a alegria escorreu pelas pernas dos homens, em cada lagarada”.
Conta 88 anos e tem uma vida normal. Tivemos a sorte de o conhecer e o prazer de partilhar a sua amizade e aprender com os seus conselhos. As suas memórias ajudam-nos a reconstituir uma importante parte do passado dos bombeiros da Régua.
- Peso da Régua, Julho de 2009, José Alfredo Almeida. Atualizado em Outubro de 2010.
















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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Comandante Lourenço de Almeida Pinto Medeiros: FIDALGO E CAVALEIRO DOS BOMBEIROS DA RÉGUA

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Datada de 13 de Fevereiro de 1955, esta imagem documenta um momento feliz na vida do comandante Lourenço de Almeida Pinto Medeiros (1949-1959): o dia em que foi agraciado pelo governo com a comenda de cavaleiro da Ordem da Benemerência.

A cerimónia de entrega desta grande condecoração a tão insigne personalidade – que galardoa o mérito civil em geral, manifestado no exercício de funções públicas e por actos de natureza beneficente – realizou-se no salão nobre da Câmara Municipal do Peso da Régua, numa sessão solene, sob a presidência de Manuel Alves Soares, presidente da edilidade, e que foi assinalada pela presença de bombeiros, directores e muito dos seus melhores amigos.

Com alegria estampada no seu rosto, a imagem regista o instante seguinte a esse acto, o regresso ao quartel do Comandante, já com o colar ao peito, acompanhado pelos directores da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua (AHBVPR), dr. Júlio Vilela, -distinto advogado e saudoso presidente da instituição - Noel de Magalhães e Teófilo Clemente, para além de outras personalidades locais que muito estimavam o homenageado.

Esta célebre consagração ao comandante completa uma parte da história da Associação que faz do seu passado uma ponte indispensável para entender o presente e melhor projectar o seu futuro, seguindo os princípios dos fundadores que se resumem num objectivo constante para todos: torná-la cada vez maior e mais eficiente nas missões de socorro.

O exemplo deste notável comandante revela a nobreza do seu carácter, o qual legou o melhor do seu esforço, da sua abnegação e sacrifício ao Corpo de Bombeiros da Régua, durante 63 anos da sua vida. Dizendo melhor: dedicou toda a sua vida aos bombeiros da Régua, onde por sua vontade desejava morrer, ao lado dos seus homens, num humilde quarto do quartel.

No seu livro “Pátria Pequena”, o escritor João de Araújo Correia na crónica intitulada “Delicadeza”, de Dezembro de 1959, esboça-lhe este invulgar retrato:

“Faleceu a 12 do corrente, nos subúrbios desta vila, um homem delicado. Melhor dizendo, faleceu a 12 do corrente, nos subúrbios desta vila, um homem que exerceu, durante mais de oitenta anos, a delicada arte de ser delicado.

Parece que o exercício dessa função espiritual o conservou moço até ao limiar da cova. Tinha oitenta anos como se tivesse apenas cinquenta, mas, direitos e elegantes como guias de salgueiro.

Toda a gente sabe ou advinha que o nosso morto é o Lourenço de Almeida Pinto Medeiros, o Lourenchinho, como lhe chamávamos todos, consoante o uso no Norte. O inho, entre nós, não é mau signo de equívoca personalidade, é tributo que se paga em moeda de afectivo respeito, a um homem que o mereça.

O Lourenchinho, reguense nato, inteligência circunscrita a ideias intramuros, coração transbordante de paixões locais, Bombeiros e Festas do Socorro, foi excepção na Régua devido à sua ingénita delicadeza.
Por esse motivo, além de outros, faz imensa falta a este burgo comercial, tão atarefado, que não considerou que cortesia é sinal de civilização.

Terra que não saiba cumprimentar, que não perdoe pequenas fraquezas a naturais e estranhos, que não dissolva mesquinhos ressentimentos, não vença a iníqua antipatia que lhe inspiram os melhores filhos, é terra de esboço colonial de provável povoação.

É tempo de a Régua se orgulhar de cidadãos polidos como o Lourenchinho. Ele e poucos mais, que felizmente por aí ficaram, uns ricamente vestidos, outros pobremente vestidos, provam que a Régua não é árida de cortesia como a pintam os seus hóspedes mais sensíveis.

O Lourenchinho, foi fidalgo de natureza, que é maneira menos falível de ser fidalgo”
.

O escritor duriense, como mais ninguém o fez, deixou-nos este elogio de uma personalidade forte e singular, que se notabilizou pelos seus valores éticos e morais.

A sua entrega e dedicação em prol dos outros durante a sua existência são comoventes. Não admira que este homem, a quem haviam chamado de fidalgo de natureza, tenha sido consagrado como um cavaleiro da benemerência. Esse reconhecimento, só por si, faz que o seu exemplo de vida constitua uma excepcional referência para todos os bombeiros.

Seguindo de perto aquelas palavras escritas em sua homenagem devemos acrescentar: o comandante Lourenchinho não só honra a história dos bombeiros da Régua como, acima de tudo, permanece vivo na memória colectiva das sucessivas gerações.

Como recorda o ilustre escritor ainda nessa sua crónica: “É tempo de a Régua se orgulhar de cidadãos polidos como o Lourenchinho”. E, a melhor maneira de mostrar orgulho por ele, quando vão passar cinquenta anos depois da sua morte, seria de atribuir o nome do “Senhor Lourenchinho, o Senhor Comandante dos Bombeiros da Régua” – como era conhecido no seu tempo – a uma nova rua da cidade.
Honrando o comandante, homenageamos o cidadão, filho da terra, delicado e generoso que, em mais de meio século da sua vida, se dedicou a servir a Régua, como “fidalgo” e “cavaleiro” dos bombeiros.
- Peso da Régua, Maio de 2009, José Alfredo Almeida.
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terça-feira, 7 de julho de 2009

As vidas que não se esquecem nos bombeiros

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Esta fotografia tira um grande instante do tempo, ao fixar a vida no dia 13 de Maio de 1970, em que D. Sylvia Gomes Ferreira assinava o Livro de Honra da Associação Humanitária dos Bombeiros do Peso da Régua, depois de receber as honras de uma homenagem em memória do seu marido, o grande benemérito Comendador Delfim Ferreira. A representar os órgãos sociais dos bombeiros encontrava-se ao seu lado, o Eng. Diamantino Moreira da Silva que, sem ninguém esperar, faleceu com 72 anos de idade, no passado dia 23 de Junho, na cidade de Leça da Palmeira.

Com a notícia da sua morte inesperada para muitos de nós, esta imagem ganhou uma nova actualidade de dor e luto: a perda de um homem que marcou no seu tempo a vida dos bombeiros e, em especial, a vida de muitos reguenses, alguns dos quais ficaram eternamente seus amigos.

Em respeito pela sua memória é tempo de aqui e agora de o evocar num sincero elogio de gratidão. O Eng. Diamantino Moreira da Silva foi uma personalidade distinta e invulgar. Como homem de singular qualidades morais tinha uma maneira de ser reservada e discreta. Soube ganhar a sua notoriedade pelo seu trabalho empenhado, minucioso e rigoroso que realizou como chefe do Departamento Técnico de Obras da Câmara Municipal. A sua pessoa não foi indiferente a ninguém, mas suscitou respeito, elogios e admiração quer dos políticos com quem trabalhou quer do cidadão anónimo que dele precisou. Era inteligente, dinâmico, de bom trato, afável, apaixonado pelas emoções do futebol e muito determinado nas convicções. Como técnico foi ouvido atentamente pela sua grande experiência e reputada competência nas áreas do urbanismo. Exerceu nos bastidores a sua influência nas questões que considerava importantes para o desenvolvimento urbano da cidade e do concelho. Ao culminar a sua carreira profissional (1963-1999) é reconhecido pelos autarcas de então com a Medalha de Ouro da cidade, que recebeu orgulhosamente.

Resta dizer que uma parte da sua vida dedicou-a com elevado dever cívico a servir a causa dos bombeiros da Régua. Desempenhou, durante algumas décadas, cargos sociais em vários elencos directivos. A sua missão de cidadania activa, com preocupações sociais, é uma faceta da sua vida pouco conhecida para muitos que o conheceram. Mas ela não foi a esquecida por quem ele fez o bem. Da parte dos bombeiros da Régua é merecedora de um justo reconhecimento, os quais se sentem honrados e prestigiados por tudo que ele fez. Para eles, o Eng. Diamantino Moreira da Silva é um dos ilustres cidadãos que contribuíram e ajudaram a engrandecer a história da associação.

Esta fotografia regista ainda um grande momento na história dos bombeiros da Régua: a homenagem a um ilustre cidadão, ao Comendador Delfim Ferreira, conhecido como um empresário da indústria têxtil no Vale do Ave e proprietário da grande quinta do Douro, a Quinta dos Frades, situada em Armamar, mas essencialmente reconhecido como um grande benemérito da Régua e, em especial, da Santa Casa da Misericórdia e dos bombeiros, que sempre ajudou com avultadas quantias na realização de obras ou compras de carros de fogo ou ambulâncias.

Cumprindo uma dívida de gratidão, a Câmara Municipal do Peso da Régua, presidida pelo Dr. Rui Machado patrocinou e apoio esta iniciativa ao inaugurar no então Largo Dr. Oliveira Salazar, um busto a perpetuar o homenageado, enquanto que no edifício dos bombeiros era descerrada uma placa a designa-lo com o nome de “Quartel Delfim Ferreira”.

Da singela homenagem efectuada pela direcção da associação, comando e corpo activo, a este notável cidadão benemérito, o jornal da associação “Vida por Vida”, na sua edição de Maio de 1970, contava o seguinte:

“Os corações dos reguenses sentiram o quanto de justa foi a homenagem prestada a esse grande benfeitor que foi Delfim Ferreira. Não foi uma festa qualquer, daquelas que se festejam anualmente com mais ou menos exuberância (…). Foi antes um testemunho público de reconhecimento bem merecido para aquele que em vida tanto ajudou a diminuir as dificuldades constantes com que a todo o momento se debatem a Santa Casa da Misericórdia e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (…)

A homenagem prestada a Delfim ferreira não foi mais do que um acto de gratidão que há muito se vinha impondo. Mas o tempo passa e com ele vem normalmente, o amadurecimento das coisas ou dívidas que contraímos, salvo se houvesse ingratidão por parte de quem está à frente dos destino das instituições que receberam tão valiosas dávidas, o que, de maneira alguma, seria de admitir, como aliás ficou provado.

Foi uma homenagem modesta por expressa vontade de sua Exma viúva D. Sylvia Gomes Ferreira que era acompanhada pelo seu Exmo filho Dr. Alexandre Ferreira, mui digno e ilustre continuador da obra de seu querido e saudoso pai.

Finalmente e para fechar o programa da sua curta visita à Régua, dignou-se aquela ilustre senhora, acompanhada de toda a comitiva visitar a sede dos Bombeiros Voluntários, onde descerrou uma placa alusiva à deliberação de tornar patrono do nosso quartel esse grande homem que foi Delfim Ferreira.

Antes do descerramento da placa “Quartel Delfim Ferreira”, o Sr. Joaquim Lopes da Silva Júnior, vice-presidente da direcção, usou da palavra para afirmar que nesta Casa será lembrado perpetuamente este grande benemérito, acrescentando que a direcção decidiu atribuir o seu prestigioso nome, inscrito a oiro numa lápide comemorativa, ao seu quartel”.

São mais duas vidas que não se esquecem nos bombeiros da Régua. Dois homens especiais que fizeram o melhor pela sociedade em que viveram. Não esquecem as suas dávidas generosas e muito menos os seus gestos nobres de um enorme carácter solidário e fraterno. Cada um deles ajudou como pode e cada um deles, à sua maneira, deu o seu melhor de si. A sua imensa generosidade contribuiu para tornar felizes outros homens, que estão na vida apenas para ajudar quando deles precisamos.

Eles não morreram no coração dos bombeiros da Régua. Enquanto forem lembrados com saudade permanecem vivos nas nossas vidas, e nas de quem alguma vez foi “soldado da paz”.

Louvamos o exemplo destes dois homens que o tempo já juntou nos caminhos da eternidade.Que Deus os guarde em suas mãos…em paz.
- Peso da Régua, Julho de 2009, José Alfredo Almeida.

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

As “madrinhas” dos bombeiros.

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Foi assim em 28 de Novembro de 1995 a cerimónia religiosa da bênção de uma nova ambulância - igual a muitas outras que se repetiram ao longo dos 128 anos da Associação - que, nesse mesmo ano, havia sido adquirida para o serviço de transportes de doentes, uma importante missão do Corpo de Bombeiros da Régua, que presta à população do concelho e aos doentes do Centro de Saúde e do Hospital D. Luís I.

É, por tradição, o acto mais significativo do programa das comemorações dos aniversários da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua. Cada uma das Direcções, nos seus mandatados, pretende não só valorizar o património como dotar de mais meios materiais os bombeiros, de forma que prestem um socorro mais eficaz e um serviço de transporte de doentes com eficácia e qualidade.

Muitas destas cerimónias realizam-se, após a celebração da missa em sufrágio dos bombeiros falecidos, em frente ao Quartel Delfim Ferreira ou nas imediações do Largo Dr. Manuel Vieira de Matos – este um ilustre reguense que foi bispo de Braga – junto à Igreja Matriz, como acontece com esta documentada pela fotografia, em que distinto padre Arcipreste Luís Marçal celebrou a bênção da nova viatura.

Como acto simbólico para os bombeiros, ele chama a atenção da população, que gosta de assistir e festejar, e conta com a presença de alguns bombeiros e dos directores, orgulhos de mostrarem novos carros, e especialmente as madrinhas (ou os padrinhos) que nobilitam a cerimónia por serem pessoas generosas, beneméritas ou que se tenham distinguido na sociedade pelos seus gestos humanitários com os bombeiros.

Para a posteridade esta imagem, que marca o tempo e a história, assinala a comparência de duas bonitas jovens “madrinhas” - a Marta Monteiro e a Sara Mota – , filhas de duas famílias que sempre apoiaram a Associação, que nesse dia, ajudaram a dar brilho à cerimónia mais esperada por qualquer bombeiro.

E, no rosto dos bombeiros que ali se encontravam, como se fossem receber um presente desejado, vê-se uma satisfação de partilharem esta sua alegria com estas pessoas muito especiais. Sente-se no olhar deles, um indisfarçável orgulho de terem ao seu lado estas simpáticas “madrinhas” dos seus carros.

Por sua vez, as “madrinhas” que tiveram esta oportunidade, sentem-se gratificadas por contribuírem com um pouco de si para a felicidade dos bombeiros. Para muitas, sobretudo as mais jovens, fica realizado um dos seus sonhos da infância, isto é, de um dia na vida estarem mais perto dos bombeiros, andarem nos carros de fogo e entraram na sua casa, onde todos zelam pela segurança dos nossos bens e das nossas vidas.

Como aconteceu com a Marta Monteiro e a Sara Mota que, nesse ano de 1995, entraram na história dos bombeiros da Régua. Para elas, e ainda bem, desta maneira feliz.
- Peso da Régua, Junho de 2009, José Alfredo Almeida.

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ser mais que uma filiada da Liga dos Bombeiros Portugueses

 "O bombeiro deve praticar o Bem pela consciência e nunca pela vaidade.
A nossa vida pertence à Humanidade”.
Álvaro Valente.


No famoso “Livro de Visitantes da Real Associação dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua”, encontra-se assinalada a presença de figuras importantes na história dos bombeiros, como a do Comandante Álvaro Valente (1886-1965), dos Bombeiros Voluntários do Montijo e dirigente da Liga dos Bombeiros Portugueses.

O Comandante Álvaro Valente – farmacêutico de profissão -  foi  um influente cidadão  nas estruturas dos bombeiros, quer  a nível local quer a nível nacional. Destacou-se a servir a causa do associativismo e do voluntariado, como comandante dos bombeiros do Montijo. O seu contributo maior foi ter sido um dos impulsionadores que fundaram uma estrutura nacional, a Liga dos Bombeiros Portugueses, para defender e representar os interesses de todos os bombeiros. Como seu dirigente, teve um trabalho notável a erguer os pilares da organização e a divulgar um conjunto de princípios doutrinários que valorizaram o estatuto dos bombeiros. A ele se deve terem os bombeiros adoptado o lema “VIDA POR VIDA”, isto é, os bombeiros dão as suas vidas para salvarem a vida do semelhante. Da sua autoria é também a "Legenda do Bombeiro" que, em forma de dez mandamentos, é como que um verdadeiro guia espiritual, que traduz a forma de ser e estar dos bombeiros na sociedade.

Mas a quem quiser conhecer mais sobre este homem e sua obra aconselha-se a leitura duma interessante biografia, escrita pelo jornalista Artur Vaz, recentemente editada pela Câmara Municipal do Montijo.

No dia 22 de Setembro de 1935, o Comandante Álvaro Valente, como representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, esteve na vila da Régua para visitar o quartel dos bombeiros voluntários, instalado numa velha casa, que existiu na Rua dos Camilos.

A visita de um alto dirigente da Liga dos Bombeiros Portugueses é sempre um acontecimento marcante e de relevo histórico. Esta visita do Comandante Álvaro Valente teve um valor ainda maior para os bombeiros da Régua, por ser a primeira de um dirigente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
A Liga dos Bombeiros Portugueses, fundada em 18 de Agosto de 1930, depois dos trabalhos do I Congresso Nacional de Bombeiros, reunido no Estoril, começava a fazer o trabalho de reorganização dos bombeiros em Portugal. Para tanto, era importante as associações unirem-se em volta da sua confederação, a fim de pela sua representatividade esta dispor de maior força no travar das suas lutas. Tornava-se necessário fazer algo por dentro para mudar a atitude passiva e conformada. Havia a necessidade de convencer as associações das vantagens de se filarem na sua confederação para poderem reivindicar com maior eficiência do centralizador Estado Novo os apoios de que careciam os corpos de bombeiros.

No início dos anos 30, o associativismo e o voluntariado encontravam-se em letargia, faltando aos bombeiros muito do necessário para cumprirem com dignidade a sua missão. Sem existir uma uniformidade nos princípios e nos planos de acção, tornou-se importante a nível doutrinário, que o Comandante Álvaro Valente tenha  pugnado mais pela elevação da imagem pública do bombeiro.

Este conjunto de precauções deve-se ter travado muito a nível da conversa do Comandante Álvaro Valente com a Direcção e o Comando dos Bombeiros da Régua, os quais atravessavam uma fase muito difícil para sobreviverem. Numa revisão dos estatutos desse ano, os sócios tinham aprovado a norma do art. 3º dos estatutos que depositou todas as responsabilidades na autarquia: A Câmara Municipal do Peso da Régua toma à sua protecção a organização da AHBV do Peso da Régua, mantendo-a para os fins consignados, tomando também à sua responsabilidade a sua administração e disciplina”.
Se na realidade aconteceu o esvaziamento do poder associativo e a demissão de soberania dos os órgãos sociais, não deixa de surpreender uma consagração estatutária de um princípio limitador da autonomia, o que deveria ser impensável mesmo que a associação estivesse com graves dificuldades económicas. A esse tempo, a associação também não tinha decido filiar-se como associada da Liga dos Bombeiros Portugueses.

A passagem pela Régua do Comandante Álvaro Valente não ficou esquecida, já que, ao dar-lhes a honra de assinar o livro dos visitantes dos bombeiros da Régua, assinou e escreveu uma mensagem que traduzia o espírito de dificuldades de uma época, os dissabores e as amarguras vividas pelas corporações de bombeiros e que aqui se transcreve na íntegra:

“De visita à Benemérita Corporação dos B.V. da Régua, como representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, saúdo efusiva e calorosamente todos os camaradas que a compõem, seus ilustres Comandantes e Ex.ma Direcção, afirmando-lhes a minha incondicional e inequívoca solidariedade e a mais dolorosa camaradagem. Em nome dos que, lá em baixo, na capital, se batem pertinentemente pela nossa sacrossanta Causa, abraço espiritualmente todos os que têm a mesma gloriosa farda e que por ela sofrem tanta amargura e dissabor. Deixando a impressão da minha maior gratidão pela forma como me receberam, apresento a todos os Ex.mos Camaradas as minhas homenagens sinceras e fraternas”.

Esta mensagem foi clara para os bombeiros da Régua. A Liga que ele estava a representar demonstrava solidariedade para com os bombeiros reguenses, mas também fazia sentir que precisava deles para a defesa de causas mais nobres e para se alcançarem as reformas de modernidade que o sector ansiava, como condição para melhorar a qualidade do socorro às populações. 

Se era sua finalidade sensibilizar a associação para que se filiasse na Liga, não teve dificuldade em conseguir esse objectivo. Como a maioria das associações de corpos de bombeiros do país não estavam filiadas, o Comandante Álvaro Valente afirmava ser inconcebível para os “que quem veste a farda possa permanecer indiferente a este movimento sem similar nos anais desta falange de beneméritos”.

A Direcção e Comando entenderam aquela mensagem. Os bombeiros da Régua foram pioneiros, em 1924, ao aderirem como sócios de uma primeira tentativa de confederação de associações, a denominada “Federação dos Bombeiros Portugueses” que não teve longevidade nem actividade.

Mas, em 14 de Dezembro de 1935, a associação reguense passou a ser sócia colectiva da Liga dos Bombeiros Portugueses, tendo-lhe sido entregue o respectivo diploma. Dado este primeiro passo, manteve relações institucionais privilegiadas com a confederação, da qual recebeu ajudas e com ela passou a colaborar nas suas iniciativas.

Depois de uma rápida visita, em 1958, de Moura e Silva, como presidente da Liga, para participar nas cerimónias do 78º aniversário da associação, a direcção da Liga dos Bombeiros Portugueses, presidida pelo padre Victor Melícias, em 1980, escolhe os Bombeiros da Régua para organizarem o 24º Congresso Nacional.

Este foi um momento alto e significativo que prestigiou o centenário dos bombeiros da Régua também festejado nesse ano.
Em Maio de 2010, o Dr. Duarte Caldeira, Presidente do Conselho Executivo da LPB, no âmbito de uma iniciativa denominada “Liga de Proximidade”, visitou o Quartel Delfim Ferreira e o Edifício Multiusos. Do que viu e ouviu gostou. Assinou o famoso livro de visitantes e deixou uma breve mensagem. Já na saída das instalações, lançou-se um desafio à Direcção e Comando, que gostava de ver os bombeiros da Régua a organizarem  o próximo  congresso nacional dos bombeiros.

Aceite esse desafio, a actual Direcção e o Comando apresentaram a sua candidatura que, ao lado da proposta pelos Bombeiros de Cascais, logrou ser a escolhida. A decisão foi tomada pela maioria dos elementos presentes no Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, reunido em 25 de Setembro de 2010, em S. João da Madeira. Passados 31 anos do anterior congresso, os bombeiros da Régua recebiam a honrosa missão de organizar o 41º Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses, a ter lugar nos dias 28 a 30 de Outubro de 2011.

Entre a primeira visita de um representa da Liga dos Bombeiros Portugueses e a do seu actual presidente, Dr. Duarte Caldeira, passaram-se setenta e cinco anos, que constituem um ciclo de grandes mudanças, a vários níveis, nos bombeiros da Régua. Os bombeiros da Régua mudaram e progrediram. Adquiriram mais e melhores viaturas de combate a fogos, de desencaceramento e de transporte de doentes. Como reforço do voluntariado, foi criada uma equipa de cinco bombeiros permanentes e profissionalizada. O quartel Delfim Ferreira está a ter obras beneficiação profundas para ser melhorada vertente operacional e a qualidade dos serviços de socorro.

No entanto, os ideais permanecem iguais e imutáveis, sem esquecer todos os bombeiros e dirigentes associativos que contribuíram para tornar cada vez melhor e maior esta associação que, actualmente, pretende ser mais que uma filiada Liga dos Bombeiros Portugueses.

A mensagem válida e ainda actual de significado que o Comandante Álvaro Valente deixou manuscrita no livro de visitas, não deixará de ser levada à prática pelo bombeiros da Régua, ao organizarem com brio e rigor  a próxima Assembleia Magna,  para cerca de três mil bombeiros portugueses, onde serão discutidas decisões importantes para o futuro dos bombeiros portugueses do século XXI.
- Colaboração de J. A. Almeida* para "Escritos do Douro" em Fevereiro de 2011. Clique nas imagens acima para ampliar.
  • *José Alfredo Almeida é advogado, ex-vereador (1998-2005), dirigente dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua entre outras atividades, escrevendo também crónicas que registram neste blogue e na imprensa regional duriense a história da atrás citada corporação humanitária, fatos do passado da bela cidade de Peso da Régua.

Ser mais que uma filiada da Liga dos Bombeiros Portugueses
Jornal "O Arrais", Quinta feira, 17 de Fevereiro de 2011
(Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler)
Ser mais que uma filiada da Liga dos Bombeiros Portugueses

Ser mais que uma filiada da Liga dos Bombeiros Portugueses 2
(Dê duplo click com o "rato/mouse" para ampliar e ler)
Ser mais que uma filiada da Liga dos Bombeiros Portugueses - 2

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Bombeiros Semi-Deuses

(Clique na imagem para ampliar)

Eram estes, como aqui se vê no adro da Igreja Matriz do Peso da Régua, no final da década de 1960, alguns dos gloriosos bombeiros voluntários da Régua que constituíam o Corpo Activo, acompanhados do Comandante Carlos Cardoso dos Santos, empossado nessas funções em 1959, e nas quais se haveria de manter até 1991, após 31 anos de dedicados serviços.

Estes homens de farda azul e capacete dourado fazem parte de um mundo especial. São um modelo de cidadania activa e responsável que, em parte, as crises sociais atingiram e enfraqueceram na sua importância.

Eles foram cidadãos bons que ajudaram a promover valores solidários, o trabalho mais “próximo do próximo, lado a lado”, de partilha e entrega generosa ao seu semelhante na sociedade reguense.

Eles foram bombeiros voluntários, durante muitos anos que, ao empenharam-se na missão suprema da defesa das nossas vidas e bens, souberam continuar o espírito altruísta dos fundadores e contribuíram, com o seu esforço generoso, para a continuidade desta grande obra começada no verão de 1880: a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Peso da Régua.

O exemplo de cada um deles merece deve ser louvado e distinguido com mérito. São, sem margem de dúvidas, merecedores do nosso reconhecimento social.

O seu altruísmo e a sua coragem fortificaram, ao longo dos anos, o espírito do voluntariado nos bombeiros da Régua. Todos eles prestaram valiosos serviços à sua comunidade no desempenho de uma causa nobre, livre e espontaneamente assumida ao serviço do próximo, numa atitude de doação e de solidariedade humana.

Num tempo de amnésia colectiva, recordar e homenagear estes brilhantes bombeiros é um dever para quem assegura no momento presente os rumos da Associação. Estamos atentos ao valor incalculável desta memória colectiva que dever ser preservada e ensinada aos mais novos. Sentimos que, em certos momentos da vida, temos a obrigação de resgatar das “brumas” do esquecimento, os nomes e os feitos dos heróis anónimos, que deixaram marcas duradouras para o historial da instituição.

Essa atitude, mesmo que tomada a título simbólico, deve servir para consolidar os laços com o nosso passado, feito dos pequenos passos de muitos seres, que nos fizeram chegar ao tempo presente.

O testemunho dos bombeiros, de outros tempos, deve servir para nos avivar a necessidade de seguir a lição dos que deram algo de si a esta grande causa humanitária.

O nosso elogio é para os bombeiros que aqui vemos gloriosamente retratados: António Silva, José Pinto Rodrigues - este veio a notabilizar-se com jogador de futebol da equipa do Sport Clube da Régua - Jorge Xavier, Abílio Dias, António Fonseca, José Oliveira, Chefe Armindo Almeida, Américo Coutinho, Rufino Fonseca, José Morais, António Manuel Dias (filho do saudoso Abílio Dias, que esta aqui retratado), Francisco Guerra e o Diamantino Peixe.

É com muita comoção e sentimento de fraternidade que contemplamos os rostos felizes destes nossos generosos bombeiros da Régua. Relembrar o nome destes nossos bombeiros é um acto de orgulho, respeito e merecida gratidão. É uma espécie de uma pequena homenagem de admiração e eterna saudade.

Alguns desses bombeiros já faleceram, mas permanecem vivos no nosso sentir e, sobretudo, na nossa memória. Enquanto, que outros ao envelheceram, com o passar dos anos, retiram-se do Corpo Activo e guardaram as fardas e o capacete para os vestirem, apenas, nos grandes dias festivos, de honra e de glória ao passado. Mas, três deles ainda se encontram, decorrido mais de quarenta anos, a prestar serviço no Corpo Activo, como é o caso dos Chefes António Silva, António Manuel Dias e José Oliveira. Como reconhecimento dos anos de serviço de voluntariado nos bombeiros, o Chefe José Oliveira foi distinguido, recentemente, pela Associação com a Medalha de Ouro da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real e o Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses.

Evocamos os bombeiros da Régua do final da década de 1960 com grande admiração pelo que fizeram, sabendo que tudo o que nos transmitiram é um estímulo para os desafios constantes que, no nosso tempo, enfrentam os bombeiros.

Ao partilharmos a sua generosidade faz sentido recordar, em nome da memória colectiva, a crónica “BOMBEIROS”, de João de Araújo Correia, publicada no jornal “Vida por Vida”, em Novembro de 1957, que, como mais ninguém o soube fazer, louva a dignidade e a importância da figura do bombeiro:

“Meu pai tinha sido bombeiro voluntário. Mas, dotado por aí de lenta agilidade, sempre meticulosamente pausado, é crível que as obrigações de bombeiro, subir e descer escadas, de agulheta em punho, em cima de um telhado, fossem incompatíveis com o seu eu, isto é, com físico e o seu moral. Sei que pouco tempo foi bombeiro. Desertou do apito, mas continuou ou fez-se contribuinte. Foi-o até à hora da morte.

Da actividade bombeiril do meu pai, ficou em minha casa, durante algum tempo, uma recordação. Foram os botões, as charlateiras e umas insígnias do uniforme. O que brinquei, com estas maravilhas amarelas, meio oxidadas, só eu sei…O que não sei é como se perderam. Sei que foram, uma após, imitando o soldadinho de chumbo do conto prodigioso.

Mas, se o soldadinho de chumbo regressou, para fazer das suas, elas coitadinhas, não regressaram. Vivem apenas na minha memória, isto é, no passado, que se faz presente quando eu o chamo.

Sempre que brincasse com os botões, as charlateiras da farda do meu pai, dizia entre mim: o papá foi bombeiro. Dizia-o como se o tivesse visto fardado, em dia de grande gala, numa formatura resplandecente. Dizia-o por intuição das charlateiras, insígnias e botões meio oxidados, mas ainda áureos bastantes para suscitarem orgulho no cérebro infantil. Se tivesse visto o papá numa parada, com o capacete a arder, numa fogueira de sol, com certeza que a minha vaidade se teria tornado insuportável.

Um homem de luvas brancas, com machado de prata às ordens e a cabeça adornada com um elmo de ouro, não é um homem.
É um semi-deus”.

O grande escritor duriense escreveu este belo elogio a pensar na figura do seu querido pai, António da Silva Correia (1869-1947), que de deve ter sido um dos primeiros “sócios activos” da corporação. Como hoje se diz: um bombeiro voluntário.

E, não falseamos nada do seu pensamento, se dissermos que neste seu enaltecimento estavam todos os bombeiros da Régua que conheceu e muito prezou, ao ponto de os imortalizar nas maravilhosas crónicas e histórias escritas nas páginas dos jornais e dos seus livros.

Era esta, no seu imaginário infantil, a figura do bombeiro. E, no nosso será sempre assim igual…Esses homens de luvas brancas com um machado nas mãos são admirados, por nós, como… semi-deuses!- Peso da Régua, Junho de 2009, José Alfredo Almeida.

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